quinta-feira, 25 de junho de 2015

A CRÔNICA VISUAL DO RIO OITOCENTISTA

A crônica visual do Rio oitocentista

Até 3 de maio, Centro Cultural Correios expõe 120 aquarelas de Debret que ilustram o Rio de Janeiro do século XIX

Barbeiros ambulantes, aquarela, Jean Baptiste Debret, 1826
Os Museus Castro Maya, localizados nos bairros cariocas de Santa Teresa e Alto da Boa Vista, possuem alguns dos mais completos acervos das obras de Jean-Baptiste Debret (1768-1848), o francês que viveu por 15 anos no Rio de Janeiro – onde fundou uma escola de belas-artes e foi nomeado o pintor oficial da corte. Mas a coleção Castro Maya é pouco vista pelo público: apenas uma fração dos quadros se encontra em exposição regular.

Como parte das comemorações dos 450 anos da fundação da cidade, o Centro Cultural Correios reúne 120 aquarelas de Debret, que produziu algumas das mais icônicas imagens do Rio no século XIX. “Os desenhos e as gravuras eram a única forma de as pessoas conhecerem lugares distantes, e os europeus tinham muita curiosidade por esses locais exóticos do Novo Mundo, como o Brasil”, diz Anna Paola Baptista, curadora da exposição. “Debret é o cronista maior da vida brasileira na primeira metade do século XIX. Ele acompanhou e documentou visualmente o início do Brasil como nação independente, e especialmente o Rio de Janeiro.”

Depois da queda de Napoleão Bonaparte, Debret aceitou o convite de D. João para integrar a missão artística que viria ao Brasil e criar uma escola de belas-artes. A morte do único filho, aos 19 anos de idade, também contribuiu para a decisão de Debret de deixar a França. Instalado no Rio em 1817, retratou o cotidiano e os costumes dos cariocas.

O dia a dia nas praças, mercados e no cais do porto, a negociação de escravos no centro, e a movimentação dos cidadãos nas ruas. Pintou também ocasiões históricas, como a aclamação do Dom João VI, a ascensão de D. Pedro I com a proclamação da independência, em 1822, a chegada de D. Leopoldina e a coroação de D. Pedro II, em 1831. Pouco depois, Debret retornaria à França, onde editaria o livro Viagem histórica e pitoresca ao Brasil, compilando sua visão do país.

A importância do artista, responsável por apresentar o Brasil à Europa, se tornaria crucial também no país que retratou. “Ele se tornou um cronista do nosso passado. Nós passamos a imaginar o Rio do início do século XIX por meio das gravuras de Debret. Seus desenhos ilustram há gerações os livros didáticos de história do Brasil”, completa a curadora.

Serviço

O RIO DE JANEIRO DE DEBRET.

ONDE: Centro Cultural Correios, rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro, Rio de Janeiro (RJ). 

QUANDO: De terça-feira a domingo, das 12h às 19h. Até 3 de maio.

QUANTO: Entrada franca.

CONTATO: (21) 2253-1580.

SITE: http://www.correios.com.br/sobre-correios/educacao-e-cultura/centros-e-espacos-culturais-dos-correios/centro-cultural-rio-de-janeiro.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário